sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

ODEIO ANDAR DE AVIÃO

Ano passado fiz uma viagem de avião. Eu acho impressionante a obsessão do homem em voar. Aliás, isso me dá medo. Não importa o quanto me digam que é seguro: eu simplesmente não boto fé que um negócio feito de aço e que pesa toneladas consegue voar.

A galinha, que TEM asas, não consegue. EU, que peso só 70 quilos, não consigo. Até mesmo o Super-Homem, quando está sem a capa, não consegue. Mas o avião consegue e, como ninguém é de ferro, um ou outro não.

Aí dizem que a chance de você ganhar na Mega Sena é maior que a chance de você estar em um avião que caia. Ótimo! Nas minhas próximas férias então, eu vou deixar de viajar e vou comprar bilhetes da loteria com o dinheiro da passagem de ida e volta, mais a taxa de embarque.

Mas pra quê se preocupar, né? Afinal, o avião está equipado com máscaras de oxigênio, colete salva-vidas e assentos flutuantes. Tudo o que eu preciso caso o avião venha a cair. Se eu fosse o McGyver, claro. Aí eu inflaria o colete salva-vidas com o oxigênio que sai das máscaras, o acloparia ao assento flutuante e teria meu próprio pára-quedas. Tudo isso ao som de Tom Sawyer, do Rush, claro.

Rede Globo apresentou (pausa com entonação de suspense)... McGyver! (Tan tan tan taaaaaaaaan! Tan tan tan taaaaaaaaan!).

Mas, como eu não sou ele, eu provavelmente me juntaria às outras 189 pessoas a bordo caso o avião venha a cair. Máscaras de oxigênio? Não me venha com essa! A pressão atmosférica numa queda de avião é tão grande que eu não conseguiria nem pensar em colocar a máscara antes de morrer. E mesmo que conseguisse, vou colocar pra quê? Pra ficar vivo e acompanhar o choque de camarote? As aeromoças se levantam e se dirigem ao corredor, com seus famosos gestos, enquanto o comandante diz:

- À sua direita, vocês podem ver o Edifício Itália. Reparem que, pelo ângulo do nosso avião em relação a ele, bateremos no chão de bico.

E os coletes salva-vidas e assentos flutuantes? Você pensa que pensam na sua segurança, mas na verdade eles só existem para, caso o avião caia na água, ficar mais fácil de contar os mortos.

- O senhor gostaria de beber o quê?

A pergunta da aeromoça é feita a mim, seguida de um chacoalhão e pelo aviso do comandante que o serviço de buffet seria encerrado naquele momento porque entraríamos em “zona de turbulência”. Que bonzinho o comandante, né? Eu, morrendo de fome e o cara me vem com essa. Tenho certeza que ele come o vôo inteiro, enquanto o piloto automático me leva do Brasil à França. Sim, eu joguei muito Flight Simulator!

E aqueles panfletos com instruções? Nunca vi alguém lendo aquilo, e não vai ser na hora da queda que alguém vai ler. Eu sempre leio. Pelo menos umas cinco vezes antes do avião decolar, porque eu sei que eu fico tonto só de ler no ônibus, imagina num avião caindo.

- Opa, Comandante, dá pra não passar em tanto buraco que eu to tentando ler pra conseguir salvar a minha vida?

Sabe o que eu faço agora pra ter noção do perigo? Eu olho pras aeromoças. Se elas estão com cara de “agora fodeu”, é porque tá caindo mesmo. O mais legal é que enquanto elas tão fazendo mímica de como inflar o colete salva-vidas, tá todo mundo rindo da cara delas. E elas, com aquele sorriso no rosto, devem pensar algo do tipo:

- Vem me perguntar quando você tiver se afogando, vem!

Então, da próxima vez que você andar de avião, leia o panfleto e veja a explicação da aeromoça de como se infla o colete salva-vidas. E se alguém te pedir ajuda pra colocar a máscara de oxigênio, troque a vida dessa pessoa pela Avenida Atlântica, Ipanema com dois hotéis mais saída livre da prisão.

3 comentários:

Oz Krepski disse...

hahah, se alguém me perguntar, posso apresentar o cartão de dividindo as despesas? pode???

Unknown disse...

Essa foi Boa,cara de "Agora Fudeu".
kkkkkkk

Carlos Alberto

DJ Nandinho disse...

kkk, Amigo, não confunda queda de um avião com pouso forçado.

Avião só cai se perder a asa.

E em pouso forçado é bem difícil alguém morrer.

 
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