terça-feira, 18 de março de 2008

NÃO CONFIO EM QUEM NÃO BEBE

Não confio em quem não bebe. Simples assim. Porém, como para tudo na vida, eu preciso de um argumento, e esse não foi fácil de arrumar. Não dá pra simplesmente falar que o Mário cresce com o cogumelo vermelho e ganha uma vida com o verde porque “a cor deles é diferente”. Eu nunca ganhei "uma vida" por tomar refrigerante colorido artificialmente.

Voltando à bebida, para mim, o álcool é o grande responsável por deixar as pessoas mais confiáveis. É provado cientificamente que cerveja, whisky, vodka, chiboquinha, bombeirinho e seus derivados deixam os seres humanos mais sociáveis e, quanto mais sociáveis são, mais confio neles.

É por isso que bêbados fazem mais sexo. É por isso que bêbados entram em brigas pra brigar, e não só para apartar. É por isso que bêbados batem carros. Eu não confio em quem não quer ajudar na reprodução da raça humana e muito menos em quem não bate em quem está me batendo. E quem é que nunca bateu o carro?

Pessoas bêbadas não se preocupam com o amanhã, por isso elas vomitam em calçadas, pensam que são ricas e gastam mais do que têm para continuar bebendo e, principalmente, dizem “eu te amo” para todo mundo sem motivo. É o balé da Fórmula 1.

E mais uma vez: quem ama, confia. E vice-versa.
E mais uma vez: adoro gente rica.
E mais uma vez: quem nunca vomitou? E a calçada é pública!

Eu estava chegando lá. Agora o problema maior era descobrir porque quem bebe apenas água não é confiável. Eu simplesmente não tinha provas. Não conheço ninguém que não bebe. Aliás, conheço sim: crianças. E eu odeio crianças! Elas não são nem um pouco confiáveis.

Crianças usam tortura psicológica e choros irritantes para manipular a nós, adultos. E por que elas fazem isso? Porque elas sabem que nós bebemos e, conseqüentemente, somos confiáveis. E a gente pensa que eles são ingênuos…

E quando está todo mundo numa mesa, pedindo um chopp e vem um cara e diz:

- Eu vou de Coca-Light.

Todo mundo olha assustado pra ele, como se ele tivesse matado alguém. Coca-Light é palavrão numa mesa de bar. Qualquer ser humano em sã consciência só pode dizer essa palavra numa mesa de boteco se vier acompanhada da palavra “antibióticos”.

- Dizem que o álcool corta o efeito do remédio… - diz o ser não confiável da mesa.

Eu não confio em quem dá essa desculpa, tirada diretamente de uma Google-search. O único remédio que esse cara precisa se chama morte. Quem não bebe, não vive. Eu nunca fiquei doente bebendo cerveja. Aliás, até ajuda no funcionamento do meu rim. Agora toma suco de laranja estragado, toma! Ou então experimenta tomar água da torneira. Conclusão: quem não bebe é suicida, e eu não confio em suicidas.

Odeio o Tim Maia, mas tenho que concordar com a famosa frase “depois de 14 dias sem beber, perdi 2 semanas de vida”. Aposto que ele foi pro céu! Ah, se ele tivesse pegado o cogumelo verde...

terça-feira, 11 de março de 2008

DURO DE VIVER

Os seriados de TV e a indústria cinematográfica sempre nos brindaram com personagens épicos no melhor estilo justiça com as próprias mãos. O engraçado é que os enredos não mudavam nunca, os nomes sim.

Terroristas que caíram no erro de seqüestrar justo o avião em que estava o John McLane.

Troque a palavra “terroristas” por “ladrões”, o verbo “seqüestrar por “roubar”, o substantivo “avião” por “mercado” e o herói John McLane por Marion Cobretti. Pronto: você acabou de escrever um novo roteiro de sucesso. Ou pelo menos uma bela cena de ação.

Era incrível como os tiros, bombas, granadas, correios-elegantes e nem mesmo perdigotos que saíam da boca por causa de uma torta de chocolate acertavam nossos heróis.

Entre os maiores deles estavam John Matrix, John McLane, Jack Bauer e McGyver. A gente ria, chorava e se emocionava com as histórias deles, mas nunca pensou em como seria a vida deles se eles existissem de verdade.

Eu penso. Outro dia fiquei imaginando um happy hour entre eles. Jack Bauer, Marion Cobretti, John McLane e James Bond tomando um choppinho na Vila Madalena. O Jack Bauer, pra variar, chega atrasado:

- Desculpa o atraso aí, galera. Tive um problema com uma bomba enquanto salvava o vice-presidente.
- Mas até essa hora? Tão te pagando adicional noturno? – pergunta Stallone Cobra.
- Nada! Puta sacanagem!
- Deviam mudar o nome da série para 8 horas, com uma de almoço – sugere McLane.

Quando eles compram roupas? Nunca vi um deles tomar café da manhã, ou ir ao parque num fim de semana de sol para tomar açaí na tigela. Com granola, claro. Sem falar que eles nunca puderam ir aos churrascos de confraternização da Turma de 84.

- Cadê o James?
- Não pôde vir, coitado. Fiquei sabendo que ele pegou uma amidalite na Rússia.

Ou então já imaginaram o dia em que o John Matrix chega no prédio onde ele mora e descobre que ele não tem mais direito a 2 vagas na garagem?

- Como assim, tiraram a minha outra vaga?
- Isso foi discutido na reunião de condomínio da semana passada, mas o senhor não estava presente.

De que adianta salvar o mundo se você não tem tempo pra desfrutar dele? Por isso eu tenho certeza de que eles eram infelizes. Agora estão explicadas a falta de sorrisos e as piadinhas cheias de ironia. A raiva deles não era contra os inimigos, e sim contra o mundo.

O John McLane tava pouco se fudendo pro Hans. Ele tava puto porque não ia passar mais um Natal em casa. Ê amargura. Agora entendo porque no Brasil a impunidade rola solta. Afinal, aqui é o país do futebol, da capirinha e do samba. Vale a pena se arriscar e perder esse circo? Acho que não.
 
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