terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

A ENCRUZILHADA

Não faz muito tempo, num almoço com o pessoal do trabalho, lembramos do filme A Encruzilhada. A história do filme fala da lenda do Robert Johnson, um bluesero que dizem ter vendido a alma ao Diabo em troca da proeza de tocar guitarra. Suas músicas hoje são referência para qualquer amante do blues.

E o filme mostra a busca de um jovem guitarrista de blues, interpretado pelo imortal Daniel-San (o nome dele na vida real é Ralph Macchio, mas isso não interessa), pela música perdida de Robert Johnson. Na jornada ele descobre que a música perdida não existe e no final, ele acaba duelando sua guitarra com a de Jack Butler (interpretado por Steve Vai) para salvar a alma de seu amigo Willie Brown, também vendida ao diabo.

Bom, contei essa história toda mal e porcamente pra chegar numa dúvida que todo mundo deve ter – se não tem, vai ter a partir de agora - e que surgiu na minha cabeça depois dessa conversa: se eu tivesse a oportunidade de fazer um pacto desses, o que eu pediria em troca da minha alma?

A primeira coisa que todos os homens pensam é fácil de adivinhar: poder de comer todas as mulheres do mundo. A segunda também é fácil: ser hiper ultra mega milionário pra poder comer todas as mulheres do mundo. E aí comecei a perceber que nós, homens, só pensamos em mulher. É impressionante como tudo o que a gente faz é pra conseguir mulher – mesmo que indiretamente.

Começando: eu trabalho. Pra quê? Pra ter dinheiro. Pra quê? Além de comer, pra poder sair e conhecer mulheres. Ah, eu trabalho também pra ter sucesso profissional, o que me leva a conseguir mulheres também. Se eu for pra academia, é pra eu ficar sarado, porque no fundo, eu quero é ganhar mulher com meu corpo – ou até mesmo conhecer mulher na academia. Quem fala que vai à academia pra cuidar da saúde é hipócrita.

Me diz então pra quê eu preciso ter um carro novo, se um velho me leva ao mesmo lugar? Pra conseguir mulher. E uma televisão de quarenta e duas polegadas? Idem. Relógio caro, roupa de marca: tudo isso pra conseguir mulher - assim como todas as outras coisas que um homem que tenha mais de quinze anos faz.

Legal mesmo era quando eu tinha dez anos e não me preocupava com esse tipo de coisa. Só queria saber de jogar futebol e comer. Comida, não mulher – ainda. Mas eu já assistia à Sexta Sexy. É claro que eu falava de mulher, mas não era algo que afetasse a minha vida como afeta hoje. Eu estava mais preocupado com a hora do intervalo porque eu queria jogar bola. E voltava todo melado pra sala de aula, pouco me importando com o que as meninas da minha sala iam pensar de mim.

Pois é. A encruzilhada da minha vida eu não sei quando vai ser e nem se vai ser, mas já tenho certeza que eu vou pedir: dois milkshakes de Ovomaltine.

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