quinta-feira, 17 de julho de 2008

MAIS UMA. SERÁ?

O problema do mundo é, sem dúvida, a saideira. É impressionante como os seres humanos não se contentam facilmente, indo sempre à desgraça depois de pedir a tal da “saideira”. Mesmo depois de vinte garrafas, metade do salário escorrendo pelos tubos e conexões Tigre do mictório instalado no banheiro do bar, olhos para baixo, língua enrolada e muitos, mas muitos “eu te amo, e não tô dizendo isso só porque tô bêbado”, o cara ainda pensa que aquela idéia é brilhante:

- Ô Schumacher, vê aquela saideira pra gente?

Agora me diz: pra quê? Um engradado não basta? Já sei: é só pra dizer que você gastou horrores, mas a última “foi de graça”. De graça pro dono do bar, já que ele lucrou no mínimo 60% em cima de cada uma das 24 garrafas que você tomou com seus amigos.

Aí no dia seguinte, o caboclo acorda coalhado e ainda culpa a tal da saideira, como se a quantidade de álcool que ele bebeu antes não desse pra levar o Uno Mille dele até o Guarujá.

Se fosse só isso, tudo bem, mas o problema da saideira atinge também outros costumes da raça, como por exemplo, a despedida de solteiro. O cara é apaixonado pela noiva e nunca teve relações sexuais com qualquer outra mulher. Um dia antes do casamento vem aquele amigo de anos dele com a idéia de fazer uma festinha numa casa de massagem. Relutante, o cara vai. E descobre que existe mulher muito melhor de cama do que aquela com quem ele estava prestes a passar o resto da vida junto.

- Mas como assim, o Jeferson abandonou a Clarinha no altar?
- Dizem que ele se apaixonou pela prima do André.
- Mas o André não tem prima!
- Ah, é de uma parte da família dele lá do sul...


Hiroshima, Japão, mil novecentos e quarenta e cinco. Não bastasse a destruição da primeira bomba atômica, que praticamente pulverizou em segundos mais de trezentas mil pessoas, algum general americano teve a grande idéia:

- Ah, vamos jogar mais uma, só pra garantir, vai...Garçom, mais uma bomba atômica pros japoneses ali, por favor.
- Com gelo e limão?
- Não, só gelo. Aproveita e fecha a conta pra gente?


E ir ao Cassino, então? Aliás, não sei porque o nome da saideira não é “caça-níqueis”. Incrível a quantidade de “vou jogar só mais uma” que se escuta em todos os idiomas em Las Vegas, por exemplo. O mais legal é que a galera vicia de uma forma que o “só mais uma” vira outra, e outra, e outra; e o cara continua dizendo “só mais uma”. Por que ele não disse da primeira vez “só mais trinta e sete vezes”, então?

Genial mesmo é assistir ao programa do Senor Abravanel, aquele das maletas. Tenho certeza que esse programa foi baseado no mesmo conceito dos cassinos. O cara ta lá, na frente do botão vermelho, com o banqueiro oferecendo a ele duzentos mil reais. Restam 3 malas para serem abertas. E o cara “não topa”. Geralmente, esses são os que vão embora só com o dinheiro do busão.

Culpem a saideira. Sempre. Eu já me arrependi incontáveis vezes de chamá-la. Aliás, às vezes ela acontece na mesma casa de massagem onde o Jeferson conheceu a prima sulista do André. O problema é que eu nunca tenho dinheiro pra aproveitar que nem ele. Quem sabe se eu tivesse apertado o botão vermelho. Pode passar a régua!

Um comentário:

Oz Krepski disse...

tá putão heim!!!

eu apelo sempre pra saideira do sono:
- Só mais 5 minutos, só maizzzzzzzzzzzz.........

 
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