terça-feira, 6 de março de 2007

O QUE É MEU, É MEU

Quem aqui não se apega aos objetos pessoais que atire a primeira jaca! É, jaca mesmo. Vai ser tão difícil de atirar uma que você vai acabar concordando comigo: todo mundo se apega. Parece meio gay essa coisa de “valor sentimental”, mas é real.

Sábado. Dia de faxina no guarda-roupa. Percebi que mais ou menos 70% das roupas que eu tenho lá eu não uso. Mas não por isso eu vou jogá-las fora. “Quem sabe um dia, pra uma emergência”, eu penso. Hipocrisia minha. Eu tenho certeza mais que absoluta de que prefiro sair pelado a ter que usar qualquer uma daquelas peças. Mas eu não me desfaço delas nem a pau.

Eu tenho um tênis que usei mais ou menos duas vezes. E eu tenho ele há mais ou menos dez anos. Minha irmã trouxe da Disney pra mim. Só que esqueceram de dizer pra ela que tênis é algo que não se dá de presente. É difícil de acertar o número, a cor, o desenho, a marca. Envolve muito mais do que “Ai, vou levar um tênis pro meu irmão. Acho que ele vai gostar”. Gostei mais da escova de dente que ela me trouxe da Espanha no ano passado: presente simples e funcional. Estou usando até hoje. E o mais engraçado de tudo é que a escova eu vou jogar fora daqui a alguns meses. O tênis, não. Meus livros então, trato como filhos. Gosto tanto que não empresto pra ninguém.

- Me empresta O Guia do Mochileiro das Galáxias?
- Não.
- Ai, como você é chato.
- Você ia gostar se eu pegasse seu filho emprestado e te devolvesse ele com a orelha rasgada?
- Não.


Eu simplesmente ODEIO quem usa a orelha do livro pra marcar páginas. Eu sei que essa é uma das funções dela, mas não importa: eu não uso pra isso e odeio quem usa. Dá dó ver a orelha toda estragada, amassada, rasgada. E mais, se todo mundo usasse a orelha pra isso, não existiria um negócio chamado MARCADOR DE PÁGINA!

No Prayer for the Dying. Eu tenho esse CD do Iron Maiden há mais ou menos 12 anos. Não escuto mais porque eu não gosto mais de Iron Maiden. Só que outro dia reparei que a caixinha dele tava quebrada, então eu troquei pela caixinha do CD da Madonna da minha irmã – sem o consentimento dela, claro. Tudo pra manter a minha coleção intacta.

Sim, eu sou neurótico. Sim, eu guardo todas essas coisas. E tenho certeza que você também guarda alguma coisa inútil no seu armário, na sua gaveta, na sua bola de meia. E se disser pra mim que não guarda, eu tenho um ótimo livro com um personagem chamado Pinóquio que é a sua cara. Se quiser eu te empresto. Só toma cuidado com a orelha...

2 comentários:

Anônimo disse...

palermo, eu ja te pedi o mochilheiro emprestado, mais ou menos, duas vezes. empresta aí, vai!

Túlio disse...

roupas e tênis são presentes "irregaláveis".

 
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