quinta-feira, 1 de março de 2007

CORONEL MOSTARDA, COM A CORDA NA SALA DE ESTAR

Uma carta de baralho com uma corda é mostrada, rabiscos são feitos e uma das possíveis armas do crime é eliminada. Mas a batata ainda pode assar para o lado do Cel. Mostarda, aquele simpático senhor de cabelos na altura do ombro, bigode cheio e olhar de botar medo (com apenas um dos olhos, claro). E o Hall ainda pode ser o local do crime. Eu apostaria todas as minhas fichas nisso.

Detetive está para nossas vidas assim como vegetação rasteira está para o cerrado. Pelo menos para a maioria de nós. Digo isso porque hoje, por incrível que pareça, conheci alguém que não conhece o Cel. Mostarda. Nem a Srta. Rosa. Muito menos o Prof. Black. E nem imagina que o candelabro é a primeira arma do crime apontada por mais de 70% dos jogadores da Suazilândia.

- Como assim você não conhece Detetive?
- É aquele jogo de piscar?
- Não! Coronel Mostarda, com o candelabro, na Biblioteca...
- Hummmm... Não conheço...

Preso em nome da lei. Essa era a referência que essa minha amiga tinha para o nome Detetive. Tudo bem: era um jogo com o mesmo nome, mas isso não elimina a possibilidade de você desconhecer o outro. Eu jogava os dois quando era moleque. Tanto que no início, juro que cheguei a pensar que eu era o errado. Talvez não era um jogo tão famoso assim, pensei. Mas aos poucos foram chegando algumas pessoas que confirmaram a minha teoria.

- Fernando, você conhece o jogo Detetive?
- Coronel Mostarda, com o candelabro na sala de estar?

- William, você conhece o jogo Detetive?
- Coronel Mostarda, com o candelabro na cozinha?

- Jackie, você conhece o jogo Detetive?
- Coronel Mostarda, com o candelabro na sala de estar?

Impressionante a fama e popularidade do Cel. Mostarda. Tenho certeza absoluta que ele era o síndico do prédio onde ocorreu o assassinato. E pelo visto, não é só na Suazilândia que o candelabro é a primeira arma do crime apontada.

Perspicácia. Acho que em todos os anos da minha infância foi o que eu mais ganhei jogando Detetive. Aprendi a chutar questões na FUVEST como ninguém. Matemática: 13 de 20 pontos sem resolver uma questão sequer. Então passei a pensar na falta que Detetive deve ter feito na vida dela.

Provavelmente na FUVEST ela não passou. Não que eu tenha passado, mas eu não queria mesmo. Ela também não poderá nunca participar de rodinhas onde as pessoas discutem se a Srta. Rosa era exótica ou feia. Ela não saberia chegar à resposta para a pergunta “Qual era a cor do cavalo branco de Napoleão?” por eliminação e muito menos entenderia o sentido das letras das canções escritas por Renato Russo quando ele ainda era do Aborto Elétrico.

Aliás, essa mesma amiga gosta do Renato Russo. E não gosta de Goonies. E não conhece Detetive. Acho que alguns valores realmente podem estar invertidos. Por isso eu mudo meu palpite: Dona Branca, com a chave inglesa no escritório. Cartas são tiradas do envelope confidencial: na mosca. Nadar contra a corrente às vezes também é ser perspicaz.

4 comentários:

Anônimo disse...

palermo!
eu, que sou a amiga em questão, só tenho a dizer que não passei na fuvest!

E a partir de agora, vou carregar um candelabro na bolsa para me defender dos meliantes dessa cidade!

Unknown disse...

sou +1 que não brincou e nem ouviu falar. :P

Abdalla disse...

Eu tinha medo (ainda tenho) do olhar do Senhor Marinho. Parece o Dany De Vito.
O filho do zelador do meu prédio "engoliu" a corda. Que cagada.

Túlio disse...

olha, há de se desconfiar de quem não conhece o Detetive, o banco imobiliário e o Jogo da Vida.

 
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